terça-feira, 8 de março de 2011

Power inferno

BAUDRILLARD, Jean. Power inferno. Porto Alegre: Sulina, 2003. 75 p.


Título: Power inferno
Autor: Jean Baudrillard
Editora: Sulina
ISBN: 8520503306

Reunião em livro de alguns artigos que Baudrillard escreveu para jornal visando a detectar certos aspectos do 11 de setembro de 2001 em Nova York, é o contraponto de seu cérebro para o prosaísmo político que cerca as reflexões sobre o assunto.
O filósofo Baudrillard não teme os tempos da não-filosofia. Ele enfrenta a opacidade do mundo com a riqueza de seu pensamento. Fiel a seus mergulhos nos estudos da realidade e de sua simulação, o analista é notavelmente arguto ao ver como se processa a transformação do acontecimento em signo. “Seja como for, as torres desapareceram. Mas nos deixaram o símbolo desse desaparecimento.” “O fim no espaço material as fez entrar num espaço imaginário definitivo. Pela graça do terrorismo, tornaram-se o mais belo edifício mundial – o que com certeza não eram quando existiam.” Power inferno é devastador, embora busque sempre uma certa superfície polida do pensamento, sem as curvas da complexidade de um Edgar Morin. Baudrillard é um dançarino de palavras e idéias, enquanto Morin é um matemático destes mesmos objetos (palavras e idéias).
A descoberta mais inquietante de Baudrillard, o que ilumina seu livro de maneira indelével, é “o caso da alegoria perturbadora desse artista africano a quem se encomendou uma obra para a laje da World Trade Center.” A obra representava o próprio artista com o corpo traspassado por aviões. Na manhã de 11 de setembro de 2001 ele morreu nos escombros das torres, agarrado a seu quadro. Escreve Baudrillard: “Tal seria, no fundo, o cúmulo da arte –a perfeição mágica da obra enfim realizada, transfigurada e aniquilada, ao mesmo tempo pelo acontecimento que ela, em miniatura, antecipava.”

Fonte: editora Sulina

Nenhum comentário:

Postar um comentário